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Paz nas prisões Guerra nas Ruas entra em pré-venda

O lançamento será em dezembro, em local e data a serem divulgados

O novo livro Paz nas Prisões Guerra nas Ruas (2021), dos jornalistas Renato Dornelles e Tatiana Sager, entrou em pré-venda na última sexta-feira (29), através do site da editora Falange Produções. A obra é uma grande reportagem e resultado do trabalho de 13 anos da dupla de jornalistas, que, desde 2008, documentam o universo em torno do sistema prisional no Brasil, suscitando debates acerca da política de encarceramento em massa no país e na América Latina, do domínio das facções criminosas dentro e fora dos presídios públicos, da feminilização do encarceramento e da pobreza e da negação de direitos por parte das pessoas privadas de liberdade, que afetam principalmente a população LGBTI+, negra e feminina. O lançamento será em dezembro, em local e data a serem divulgados.

Além da assinatura do prefácio pelo grande sociólogo e pesquisador brasileiro e fundador/coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da UFRJ, Michel Misse, o livro também conta com a apresentação do jornalista, cientista político e doutor em Ciência Política pela USP, Bruno Paes Manso.

O livro relembra desde os tempos em que as bocas eram tocadas por pequenos vendedores, isolados entre si, até o surgimento das primeiras gangues, como Falange Gaúcha, Os Manos e Os Brasas, vinculadas ao cárcere, até o período em que os conflitos explodem nos bairros em torno de grupos como os Bala na Cara (BNC) e os AntiBala. Prenda a respiração e encare esta obra imprescindível. Afinal, para superar, só nos resta compreender.” Bruno Paes Manso.

Paz nas prisões Guerra nas ruas | Renato Dornelles e Tatiana Sager | 264 páginas | Editora Falange Produções

A criminalidade violenta atingiu índices até então inimagináveis no Rio Grande do Sul, nos anos 2016 e 2017. Porto Alegre e outras cidades da Região Metropolitana passaram a figurar na indesejável lista das mais violentas do país. Homicídios com requintes de crueldade, latrocínios e roubos de veículos tornaram o medo epidêmico. Em situações assim (que estão longe de serem exclusivas do Estado mais ao sul do Brasil), o tema costuma predominar em rodas de conversa, noticiários, debates na mídia e em redes sociais. Nestas discussões, raras vezes é feita alguma associação entre o fenômeno gerador de insegurança e o funcionamento dos estabelecimentos penais.

No senso comum, o aumento da criminalidade costuma ser atribuído a falhas no sistema jurídico-criminal (principalmente na questão do policiamento) e a uma suposta impunidade. No entanto, os índices de encarceramento, há pelo menos três décadas, têm apresentado uma mesma tendência de crescimento que os indicadores criminais, não como consequência mas, ao contrário, muitas vezes como causa. Paz nas Prisões Guerra nas Ruas, com depoimentos de cerca de 150 fontes, entre atores sociais, autoridades e especialistas, se propõe a mostrar o quanto o descaso com o sistema prisional brasileiro acaba afetando a vida de praticamente toda a sociedade. Presídios e penitenciárias fortalecem as facções que, de suas celas e galerias, auferem altíssimos lucros e comandam os crimes realizados do lado de fora.

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