A partir das memórias do período escolar da diretora nos anos 1960 e 1970, o documentário mostra o impacto do golpe militar na educação. O ensino tecnicista, a exclusão de disciplinas humanísticas e a difusão de valores conservadores formaram brasileiros individualistas e insensíveis aos problemas sociais. O filme instiga a reflexão sobre a precarização da escola e sobre as profundas consequências do autoritarismo na sociedade brasileira.
Márcia Detoni é jornalista, audiodocumentarista e professora de Jornalismo na Universidade Mackenzie de São Paulo e da Faculdade Cásper Líbero. Atuou em grandes empresas de comunicação, como Folha de São Paulo, BBC de Londres, Agência de Notícias Reuters e Radiobrás. Recebeu vários prêmios por seus documentários na área de rádio, entre eles GKP-Panos Media Award, Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo, Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos e o Prêmio de Jornalismo do Programa da ONU para o Controle de Drogas.
4 Episódios de 30’: O primeiro episódio começa com o golpe militar de 1964. O episódio revela a estratégia ideológica no ensino fundamental e médio e nas telas da TV, veículo que se estabelecia como mensageiro de uma nova ordem; O segundo episódio aborda as mudanças na Universidade. Reformas introduzidas em 1968 tornaram o ensino tecnicista, com redução de disciplinas na área de Humanas e exclusão de debates sobre temas políticos, econômicos e sociais; O terceiro episódio mostra a construção do mito da democracia racial. Na escola e na TV, difundia-se a ideia de um Brasil harmônico, sem desigualdades; O quarto episódio mostra a precarização da escola pública e as consequências do individualismo e do ensino despolitizante.